Cinco Filmes para o Crepúsculo da Civilização

O declínio da civilização ocidental tem sido tema de muitas reflexões, e o cinema oferece uma maneira poderosa de explorar essa realidade. Nesta lista, apresentamos cinco filmes que abordam questões como o colapso social, a busca por redenção e os perigos de ideologias utópicas. Esses filmes não apenas retratam o “crepúsculo da civilização“, mas também nos convidam a refletir sobre nossas escolhas e os caminhos que estamos trilhando.

Stephen M. Klugewicz, The Imaginative Conservative | Tradução e adaptação: Equipe Instituto Newman


À medida que a civilização ocidental avança da “aurora para a decadência”, aqui estão cinco filmes que podem ajudar os espectadores a refletir sobre o que deu errado e o que fazer no “fim de todas as coisas”.

1. The Mosquito Coast (1986) — No Brasil: A Costa do Mosquito

Allie Fox (Harrison Ford) é um inventor excêntrico, enojado com a cultura de consumo americana. Ele está alarmado pelo aumento da criminalidade e pela ameaça iminente de uma guerra nuclear. “Olhe ao seu redor. Como os Estados Unidos chegaram a esse ponto?”, ele pergunta a seu filho, Charlie (River Phoenix), enquanto dirigem pela cidade.

A visão de Fox sobre os Estados Unidos reflete uma mistura de anticapitalismo e nativismo. “Não quero que meus dólares suados sejam convertidos em ienes”, reclama para um funcionário que lhe oferece um item japonês. Fox decide se mudar, com sua esposa (Helen Mirren) e três filhos, para a Costa do Mosquito, na América Central. Ele idolatra a selva, vendo-a como um refúgio primitivo onde a humanidade pode se regenerar.

Fox tenta criar um paraíso. No entanto, à medida que sua utopia desmorona, ele se torna um líder de culto, semelhante ao pregador que despreza. A história revela os perigos da utopia e explora o tema do pecado original, levando a uma conclusão trágica.

2. April 9th (2015) — No Brasil: O Dia da Invasão

Este filme dinamarquês retrata a invasão nazista da Dinamarca em 1940. Ele narra a resistência de uma companhia de infantaria de bicicletas, que enfrenta o exército nazista com determinação.

O filme explora questões profundas sobre patriotismo e sacrifício, destacando a luta dos dinamarqueses por “Deus, Rei e País”. Embora a derrota seja iminente, o filme enfatiza o valor da resistência, mesmo diante de probabilidades impossíveis. April 9th oferece uma visão poderosa sobre o caráter e a honra em tempos de guerra.

3. Signs (2002) — No Brasil: Sinais

Signs, de M. Night Shyamalan, conta a história de Graham Hess (Mel Gibson), um fazendeiro que perdeu sua fé após a morte de sua esposa. Quando eventos estranhos começam a ocorrer, ele e sua família enfrentam uma invasão alienígena.

O filme explora temas de fé e destino. No final, os alienígenas são derrotados de forma inesperada, sugerindo que eventos aparentemente aleatórios podem ter significados mais profundos. Além disso, há uma interpretação alternativa de que as criaturas não são alienígenas, mas demônios.

4. Extreme Measures (1996) — No Brasil: Medidas Extremas

Neste thriller, Hugh Grant interpreta um jovem médico que descobre que seu mentor (Gene Hackman) está usando pessoas sem-teto para experimentos médicos. Grant confronta Hackman em uma das mais poderosas defesas da santidade da vida humana no cinema.

A mensagem do filme é clara: nenhum avanço médico justifica a violação da dignidade humana. A cena culminante, em que Grant recusa as justificativas de Hackman, reforça a importância dos princípios éticos na medicina e tornou-se uma das mais poderosas defesas da santidade da vida humana já registradas por Hollywood no cinema. Ele diz: 

Esses homens (que você sequestrou) lá em cima, talvez não tenham muito sentido em suas vidas. Talvez eles estejam fazendo uma grande coisa pelo mundo. Talvez sejam heróis. Mas eles não escolheram ser. Você escolheu por eles. Você não escolheu sua esposa ou sua neta. Você não pediu voluntários. Você escolheu por eles. E o senhor não pode fazer isso. Porque você é um médico e fez um juramento. E o senhor não é Deus. Portanto, não me importa se o senhor pode fazer o que diz que pode. Não me importa se você pode curar todas as doenças do planeta. Você torturou e matou aqueles homens lá em cima. E isso o torna uma vergonha para sua profissão. E espero que vá para a cadeia pelo resto de sua vida.

5. Good (2008) — Sem tradução no Brasil

Good é ambientado na Alemanha nazista e mostra como pequenas concessões morais podem levar a grandes tragédias. John Halder (Viggo Mortensen) é um professor que, aos poucos, se envolve com o regime nazista.

O filme ilustra a gradual corrupção moral, mostrando como o Diabo atrai as pessoas por meio de pequenos atos de maldade. John Halder, um professor de literatura cujo romance que celebra a eutanásia, recebe atenção favorável do próprio Hitler. No decorrer do filme, Halder abandona sua esposa carente e seu amigo judeu (Jason Isaacs) em um esforço para obter vantagens do regime nazista para si mesmo. “Nunca pensei que chegaria a esse ponto”, grita Halder quando se vê como oficial da SS em um campo de concentração no final do filme. 


O Autor

Stephen Klugewicz é Ph.D. em História Americana e editor do The Imaginative Conservative. Ele já ocupou diversos cargos em educação e desenvolvimento, incluindo diretor de educação no National Constitution Center e diretor executivo da Regina Luminis Academy.

 

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