Por que me Juntei à Cruzada

O emocionante relato de Anastasia Williamson nos convida a acompanhar sua jornada de fé e devoção ao Santíssimo Sacramento, desde suas inquietações como ministra da Eucaristia até seu comprometimento com a Cruzada de Reparação Eucarística. Ela nos mostra a importância da reverência e da tradição na adoração, destacando a necessidade de reavivar a santidade em nossas igrejas. 


Miss Anastasia Williamson, OnePeterFive | Tradução: Equipe Instituto Newman


A Eucaristia e o Sentido de Reverência

Alguns anos antes da Covid, eu era ministra da Eucaristia em uma das paróquias da minha região. Lembro-me de uma vez em que um padre me disse, na frente da congregação, para dividir as hóstias em diferentes recipientes. Isso me pegou de surpresa. Quando eu estava prestes a fazer isso, pensei comigo mesma: “Ora, esse não é  Jesus? Por que estou aqui fazendo isso?”

Fiquei muito perturbada e confusa com o que havia feito. Então, algumas semanas depois, deixei de ser ministra da Eucaristia. Comecei a observar como as pessoas recebiam a Santíssima Eucaristia. Elas recebiam Nosso Senhor muito casualmente durante a Santa Comunhão. Comecei a questionar muitas coisas que estavam sendo feitas na paróquia. Percebi que havia participado de muitas ações irreverentes contra o Santíssimo Sacramento. Tínhamos perdido a ideia de transcendência e nós, como leigos, precisávamos fazer um esforço para trazer a reverência e a tradição de volta às nossas igrejas. 

Volta à Tradição

Acredito que precisamos começar pela maneira como adoramos. Eu e algumas amigas da comunidade do Novus Ordo começamos a frequentar a Missa tradicional em latim em uma paróquia próxima. Começamos a nos voluntariar para limpar nossa igreja todo primeiro sábado de cada mês. Fazíamos isso com alegria (na maior parte do tempo). Ficamos conhecidas como as Martas.

Um dia, depois de cerca de um ano frequentando essa paróquia tradicional, levei uma de minhas amigas de volta à sua antiga paróquia Novus Ordo para assistir a uma Missa de primeira comunhão. Perto do final da Missa, vi uma hóstia no chão e me lembro de ter pensado: “Senhor, o que estais tentando me dizer?” Por que eu tinha que ser a única a ver isso? 

Reparação Eucarística

Eu não tinha certeza de como lidar com essa situação adequadamente. Fiquei perturbada, abalada e chorando com o que vi. Em seguida, peguei a hóstia com um lenço de papel molhado com minhas lágrimas e a entreguei a um dos ministros da Eucaristia, pois não conseguia encontrar o padre.

Fiquei ainda mais surpresa com a reação da ministra da Eucaristia. Ela me disse: “Ah, isso acontece às vezes”, e depois colocou a hóstia no bolso da calça. Fui para casa chorando, com uma emoção mista de tristeza e raiva.

Essas experiências me deram coragem para fazer as pazes e reparar o Santíssimo Sacramento. Temos muito a reparar por nós mesmos e por nosso próximo como parte do Corpo de Cristo. Por isso, me juntei imediatamente à Cruzada de Reparação Eucarística e depois comecei a convidar amigas para participarem também.

A Cruzada de Reparação Eucarística

Acredito que as intenções dessa cruzada são cruciais para que nossa Igreja floresça e experimente a cura espiritual. A liturgia tradicional me aproximou do Senhor de forma mais profunda do que antes. Aprendi a fazer sacrifícios em um nível muito mais profundo, e isso certamente ajudou minha vida interior. Assim, as faxineiras, ou, como eu havia dito, “As Martas”, juntaram-se à Cruzada.

Houve momentos em que me questionei se estava realmente fazendo a vontade de Deus, mas encontrei respostas ou garantias ao longo do caminho. Quando eu estava programando o dia em que faríamos nosso primeiro Rito de Investidura, tivemos muitos problemas de programação. Por fim, acabamos realizando-o em 22 de julho. Verifiquei o calendário litúrgico e, para minha surpresa, era a festa de Maria, irmã de Marta! Então, apenas sorri e agradeci ao Senhor! Deus fala!

Organização e Compromisso

Decidi então nomear o primeiro grupo de oração como Charity [Caridade], depois o segundo grupo como Faith [Fé] e o terceiro como Hope [Esperança]. Rezo para que mais católicos participem desse maravilhoso trabalho de amor. Sempre que convido as pessoas a participarem da Cruzada, geralmente digo a elas que essa é outra maneira de orar e nos unirmos ao Senhor em seu sofrimento, além de receber méritos se estivermos com a disposição certa para recebê-los. 

Tenho encontrado resistência mas isso não é problema. Quero que as pessoas estejam dispostas, por isso não as pressiono a participar. O coração e a vontade devem estar dispostos a isso. Fazemos nossos deveres semanais para reparar a Deus pelas ofensas ao Santíssimo Sacramento. Também acrescentei outras ofensas, como aborto, eutanásia, transgênero, blasfêmia contra a Mãe Santíssima, sodomia, abuso infantil e prelados que levam as almas à destruição. 

Compromissos Semanais da Cruzada

Começamos nossa semana de quinta-feira (dia da Eucaristia) a quarta-feira.

A seguir, o que nos comprometemos a fazer a cada semana.

  1. Pelo menos duas horas de adoração reparadora
  2. Oração oficial da Cruzada criada pelo Bispo Athansius Schneider
  3. Memorare — todos os dias
  4. Penitência — uma vez por semana
  5. Confessar-se com frequência — quanto mais de nós estiverem em estado de graça, mais nossas orações serão eficazes. Porém, mais do que qualquer outro motivo, é porque amamos a Deus. Nossa Mãe Santíssima em Fátima pede penitência, reparação.
A Força da União

Por que fazemos isso em um grupo? Costumo dizer que somos cruzadas, portanto, travamos a batalha juntas e viajamos juntas como um exército. É bom estar entre amigas para nos lembrar de cumprir nossos deveres. E não há necessidade de reuniões, que podem consumir muito tempo. Dessa forma, as pessoas que já estão em um ministério na igreja ainda podem participar sem problemas. Não há conflitos de reuniões. Nós apenas nos mantemos motivadas, recordando que temos um dever semanal a cumprir e recordando a razão pela qual estamos comprometidas.

Também menciono que, sendo uma Cruzada, estamos nos unindo a Nosso Senhor na cura de nossa Igreja. Em junho, teremos nossa primeira Missa anual da Cruzada, seguida de adoração.

Sou grata ao bispo Athanasius Schneider e a Tim Flanders. Obrigado por seu compromisso e serviços prestados à nossa Igreja. Viva o Cristo Rei! Deus os recompense e nossa Mãe Santíssima os guarde sempre.


A Autora 

A Srta. Anastasia Williamson escreve dos Estados Unidos.

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