O tempo do Advento é uma oportunidade especial de reflexão e preparação espiritual para o Natal. Neste artigo, inspirado pelas reflexões do Cardeal Zen, exploramos como devemos nos preparar para o Advento. Não só com as práticas externas de devoção, mas com verdadeira conversão do coração. Descubra como este período litúrgico nos convida à humildade, à esperança e à alegria, orientando-nos para o encontro com o Menino Jesus.
JohnMark Cayer, Crisis Magazine | Tradução: Equipe Instituto Newman
A Preocupação com os Preparativos
A veemência dos argumentos contra a prática de músicas natalinas antes do Natal me intriga. Não discordo dos argumentos, mas o puro emocionalismo que muitas vezes os acompanha me faz pensar. Cheguei à conclusão de que a paixão que envolve essa questão revela um certo medo. Sabemos da importância do Advento, mas será que temos medo de que, se não o fizermos da maneira correta, não conseguiremos entrar nele?
O Significado Espiritual
Na sabedoria da Igreja, ela decretou épocas de preparação que dão continuidade às épocas de festa. A Quaresma nos prepara para a Páscoa, as Têmporas nos preparam para as grandes festas e o Advento nos prepara para o Natal. No entanto, embora a maioria dos católicos entre facilmente no espírito da Quaresma, muitos acham difícil superar as influências seculares que fazem do Advento apenas um período de preparação para a festa de Natal, em vez de uma preparação espiritual para ela.
Afinal, Como Devemos nos Preparar?
Como podemos evitar que o Advento seja absorvido pelas festas de fim de ano? O que devemos fazer? Talvez se não ouvirmos músicas natalinas nem decorarmos a casa durante o Advento, estaremos preparados para o Natal. O Natal estará protegido e nós estaremos prontos para ele.
No entanto, talvez o fato de nos sentirmos pouco preparados seja o ponto principal. Talvez o Advento revele que nunca estaremos preparados para uma dádiva tão grande como o Menino Jesus. O valor de nossos preparativos é que eles manifestam nossa pobreza. Não somos dignos de Deus, e Ele se tornou homem mesmo assim.
A humildade é a chave
Essa compreensão da própria insuficiência diante de Deus também é chamada de humildade, e a humildade pode ser a virtude mais necessária naqueles que devem ensinar a fé. Sem dúvida, os santos e os homens santos são os melhores catequistas. É uma glória, então, descobrir que nosso amado Cardeal Zen escreveu uma série de reflexões sobre o Advento para nos preparar para o Menino Jesus.
Uma Jornada de Conversão
Em suas Reflexões sobre o Advento, o bom cardeal se apoia no fato de que o Advento é um tempo de profunda conversão. É um momento de reorientação de nossas vidas em direção à Criança Divina, o que não é uma tarefa fácil. No centro desse chamado à conversão está o maior presente que pode ser dado, e assim as dores da preparação se transformam em gritos de alegria. O centro do Advento é a alegria da Criança, dada gratuitamente como um presente para a humanidade.
Uma Ligação Inseparável
Significativamente, as reflexões do Cardeal sobre o Advento são compostas de duas partes: Advento e Natal. Essas duas épocas da Igreja podem ser separadas, mas dependem profundamente uma da outra, entrelaçando-se como uma criança no útero. Sua vida é uma realidade única com duas partes: ela existe desde o momento da concepção, mas é celebrada por sua vinda ao nascer. Isso revela um grande mistério: no tempo de preparação para a vinda de Cristo, ele já está aqui! Ele já está presente e merece ser celebrado durante nosso tempo de preparação. Talvez seja por isso que achamos tão difícil distinguir entre o Advento e o Natal — porque sabemos que aquele por quem estamos esperando já chegou.
A Mensagem Universal do Advento
E assim como o Advento e o Natal não são a soma total da vida de Cristo, as reflexões de Zen sobre o Advento servem como uma apologia para toda a peregrinação cristã na Terra. Ao falar sobre o Advento, ele discute os temas “Esperança, Vigilância e preparação, Arrependimento e Alegria!”. Seria de se esperar que ele estivesse discutindo todo o Evangelho e não um único período litúrgico.
Cristo no Centro
Isso é apropriado porque o Advento-Natal é a única época em que o mundo acorda e se lembra de que é de Cristo. Mesmo com a fachada comercializada do Natal moderno, Cristo continua sendo o centro reconhecido, e ao redor do presépio está a Igreja de Cristo. Nem mesmo a intensidade da Quaresma é tão culturalmente transformadora quanto todos os humildes presépios nas lareiras de tantos lares.
Do Presépio à Cruz
No entanto, assim como nossa cultura está em guerra, apesar de todas as canções de natal que pedem “paz na terra”, Zen passa imediatamente da creche para a matança dos inocentes. Condizente com um cardeal que dedicou sua vida à defesa da fé e tem os ferimentos da batalha para mostrar, suas reflexões não são só sol e rosas. Ele nos lembra que o mundo precisa do Evangelho mais do que nunca e que é somente por meio da conversão intensa que obteremos a graça necessária para imitar São João Batista na preparação do caminho do Senhor.
Então, vamos nos arrepender! Devemos nos voltar para Cristo na manjedoura, a fonte de nossa vida e de toda a bondade. É por meio da Encarnação que nossas pequenas vidas ganham significado. Nossos pobres preparativos agora só têm valor por causa daquela pequena criança em Belém. O Cardeal Zen nos leva a encontrá-lo lá.
O Autor
JohnMark Cayer é Diretor de Formação na Igreja e Escola Católica Our Lady of the Rosary em Greenville, South Carolina. Ele mora na Carolina do Sul com sua maravilhosa esposa Lucy e seu cachorro Santiago. Ele se formou na Franciscan University of Steubenville em Ciências Humanas e Cultura Católica.